Atlas da Obesidade: E o Brasil, como fica?

Acho que todo nutricionista ou estudante de Nutrição já ouviu falar da tal Transição Nutricional, não é mesmo? Saímos de um país onde a desnutrição era fato comum, para um país onde a maior parte da população está acima do peso. Junto com a Transição Nutricional, veio a Transição Epidemiológica, deixamos de ser acometidos por doenças infectocontagiosas para termos (e morrermos) de doenças crônicas não transmissíveis!

O que temos feito para que este cenário mude? Claro que não quero que voltemos a ser um país como antes, mas também não dá para ver a obesidade atingir taxas cada vez mais assombrosas e achar que está tudo bem! Enfim, como sociedade o que temos feito?

Estado, órgãos não governamentais, mídia, indústria alimentícia, profissionais de saúde, influenciadores digitais… Bom, eu só posso dizer que o que quer que esteja sendo feito, não está dando certo.

Quem acompanha as pesquisas da VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – já percebeu que o número de pessoas com sobrepeso e obesidade só cresce. Ou seja, tudo que tem sido feito para reduzir esse grande problema de saúde pública não tem surtido o efeito esperado.

Esse ano o Atlas Mundial da Obesidade, documento organizado pela World Obesity Federation mais uma vez reforçou o quanto o contexto atual já desafiador, se tornará muito mais complexo nos próximos anos. Na projeção para os próximos 12 anos, Brasil terá 41% de sua população adulta com obesidade!! É isso mesmo, OBESIDADE (IMC > 29,9kg/m2) e não “apenas” sobrepeso. O estudo também alerta para o crescimento exponencial dos números de obesidade no Brasil ano a ano. Para os adultos, o crescimento será de 2,8% por ano, enquanto nas crianças, fator mais preocupante, o crescimento anual será de 4,4%.

A parte financeira também é afetada. Segundo o Atlas, o impacto do sobrepeso no PIB nacional 2035 será de 3%, considerado muito alto na escala do estudo.

Sabemos que o ganho de peso é multifatorial, o que nos resta é aprender a achar “multisoluções”!

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