A prática do jejum divide muitas opiniões! Há profissionais que acham uma boa estratégia, enquanto que outros a consideram uma forma pouco saudável de se alimentar. Vale a pena ressaltar que, independentemente da opinião pessoal de cada nutricionista, muitos pacientes chegam ao consultório com a ideia de tentar essa estratégia. Nessa hora, é importante que você saiba como bem orientar seu paciente, uma vez que, se ele não encontrar as respostas adequadas com você (seja para tentar o jejum ou não), ele vai buscar outra pessoa. Então, vamos aprender um pouco sobre o jejum intermitente?
O jejum intermitente é uma prática alimentar que consiste em alternar períodos de alimentação com períodos de jejum. Existem diferentes formas de praticá-lo, mas as mais comuns são:
- Jejum de 15 ou 16 horas: consiste em deixar um período de 15 ou 16 horas sem se alimentar, seguido de um período de 9 ou 8 horas para realizar as refeições. Idealmente o período sem se alimentar deve ser o noturno, uma vez que essa técnica tem bases fincadas no ciclo circadiano natural do indivíduo.
- Jejum de 24 horas: consiste em deixar um período de 24 horas sem se alimentar, seguido de um período de refeição normal. Nesta modalidade ainda podemos encontrar o jejum de 5:2, que consiste em comer normalmente durante 5 dias da semana e não comer durante 24 horas dois dias da semana, não consecutivos. Ou ainda, ficar dois dias não consecutivos sem alimentar e nos demais 5 dias comer com restrição calórica.
O jejum intermitente tem sido associado a benefícios para a saúde, como perda de peso, melhora na sensibilidade à insulina, redução do risco de doenças crônicas e aumento da longevidade. A redução da gordura corporal está associada a uma mudança da fonte energética durante o período de jejum. Alguns estudos mostram que a captação de ácidos graxos do tecido adiposo para geração de energia aumenta quando o indivíduo está há cerca de 12 horas em jejum.
Embora o jejum intermitente possa trazer benefícios para a saúde, é importante lembrar duas coisas: a primeira é que o fato de fazer jejum não é uma autorização para os pacientes comerem o que quiser nos períodos de alimentação, pois não vai ajudá-los a alcançar os objetivos. Além disso, o jejum não é adequado para todas as pessoas e pode apresentar alguns riscos, como:
- Hipoglicemia: em pessoas com diabetes ou que tomam medicamentos para controlar a glicemia, o jejum intermitente pode levar a níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia), o que pode ser perigoso.
- Desidratação: o jejum pode levar à desidratação, especialmente se a pessoa não beber líquidos suficientes durante o período de jejum.
- Fadiga e fraqueza: algumas pessoas podem sentir fadiga e fraqueza durante o período de jejum, o que pode afetar sua capacidade de realizar atividades diárias.
- Distúrbios alimentares: o jejum intermitente pode levar a comportamentos alimentares desordenados em pessoas com histórico de transtornos alimentares.
Por isso, o nutricionista deve estar bastante atento sobre como funciona o jejum, seus benefícios e riscos, para poder identificar situações em que o uso pode trazer um real benefício ao seu paciente e momentos em que deve desaconselhar a utilização.

